Tempos estranhos estes

Nada escrevo já há algum tempo. Tenho andado um bocado atordoado desde que começou esta pandemia, isto é, um ano atrás. Parece que vejo um estranho filme surrealista em que a Terra é invadida, não por extraterrestres, mas por um estranho vírus mortal. Todos os dias se quantifica, pelo mundo todo, quantas pessoas morreram, quantas foram infetadas, quantas recuperaram e quantas pioraram significativamente. Vejo pessoas de quem gostava a morrer por causa do vírus. É tão estranho. Tenho uma só certeza. Nada vai voltar a ser como era um ano atrás. As pessoas olham os outros como potencialmente infetados e distanciam-se. Quando passeio o cão, de máscara posta, as pessoas mudam de passeio. Mesmo dentro da família as relações ficaram mais frias. Os beijos desapareceram, os abraços também rareiam e as visitas reduzem-se. É necessário mas faz falta, muita falta!